Pérolas da Minha Infância e Juventude (Blog N. 528 do Painel do Coronel Paim) - Jornal O Porta-Voz

terça-feira, 26 de junho de 2012

O lobo e o cordeiro

Tradução MUITO livre e tosca. Quem tiver sugestão melhor, avisa. (Pode reclamar também da minha tradução tosca de uma parte da História eclesiástica da nação dos anglos, do Beda, o Venerável. O trecho conta a reação do Papa Gregório Magno quando viu uns anglos pela primeira vez. Ele ficou tão impressionado que enviou Santo Agostinho da Cantuária para evangelizar o povo deles. Amo essa história! Mas putz, ô negócio ruim de traduzir.) Ah, o original é do Fedro, para quem não sabe.

O lobo e o cordeiro

O lobo e o cordeiro iam juntos para o rio movidos pela sede. O lobo estava na parte superior do rio, enquanto o cordeiro ia mais abaixo. Só que o ladrão, incitado por sua voracidade, logo pretextou uma rixa:

- Diga-me, por que turvaste minha água enquanto bebo?

O cordeiro, temeroso:

- Ó lobo, como poderia? A água que bebo corre daí.

Constrangido pela verdade, tentou outra vez o lobo:

- Há seis meses me maldisseste!
- Pois é certo que nato eu não era - teve como resposta.

O lobo, irritado:

- Por Héracles! Então foi teu pai quem me maldisse! - e logo agarrou e trucidou o cordeiro, dando-lhe morte injusta.

A razão desta fábula é que o pretexto é ocasião do malvado para oprimir o inocente.


O original: 

Ad rivum eundem lupus et agnus venerant,
Siti compulsi; superior stabat lupus,
Longeque inferior agnus. Tunc fauce improba
Latro incitatus, jurgii causam intulit.
"Cur, inquit, turbulentam fecisti mihi
Aquam bibenti?" Laniger contra timens:
"Qui possum, quaeso, facere quod quereris, lupe?
A te decurrit ad meos haustus liquor".
Repulsus ille veritatis viribus:
"Ante hos sex menses", ait, "maledixisti mihi".
Respondit agnus: "Equidem natus non eram".
- "Pater hercle tuus", ille inquit, "maledixit mihi".
Atque ita correptum lacerat, injusta nece.
Haec propter illos scripta est homines fabula,
Qui fictis causis innocentes opprimunt.

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