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Tamanduá-mirim1 |
Tamandua tetradactyla |
Estado de conservação |

Pouco preocupante (IUCN 3.1) 2 |
Classificação científica |
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Nome binomial |
Tamandua tetradactyla
(Linnaeus, 1758) |
Distribuição geográfica |

Distribuição geográfica
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Subespécies |
- T. t. tetradactyla Linnaeus, 1758
- T. t. nigra Geoffroy, 1803
- T. t. quichua Thomas, 1927
- T. t. straminea Cope, 1889
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Sinónimos |
- longicaudata Turner, 1853
- nigra Beaux, 1908
- opisthomelas Gray, 1873
- tamandua G. Cuvier, 1798
- mexianae Cabrera, 1958
- longicauda Vesey-FitzGerald, 1936
- longicauda Rode, 1937
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O tamanduá-mirim (nome científico:Tamandua tetradactyla), também chamado tamanduá-colete, jaleco, melete ou mixila3 , é ummamífero xenartro da família Myrmecophagidae, sendo encontrado da Venezuela ao sul do Brasil. É uma das quatro espécie de tamanduás e junto com as preguiças está incluído na ordem Pilosa. São reconhecidas quatro subespécies. É um animal arborícola e pode ter até 105 cm de comprimento. É reconhecido principalmente por um padrão de pelagem que faz com pareça que ele usa um colete preto, apesar de que essa coloração pode variar, com indivíduos totalmente pretos ou marrons. Possui longas garras nas patas anteriores, e caminha apoiando o peso sobre os pulsos dos membros anteriores, contrastando com o tamanduá-bandeira, que énodopedálico.
Pode ser encontrado em muitos ambientes, desdeflorestas até savanas, mas é predominantemente florestal, sendo encontrado com frequência em bordas de florestas, preferindo forragear nesses ambientes. São animais solitários, de hábitos que podem ser tanto diurnos quanto noturnos. Se alimenta preferencialmente de formigas e cupins, preferindo as castas reprodutivas de formigas, e não soldados. Seus predadores incluem felinos de grande e médio porte, como a onça-pintada, asuçuarana e a jaguatirica. Os filhotes são carregados nas costas da mãe, até que se tornem independentes, mas ocasionamento podem ser deixados em "ninhos".
Está listado como "pouco preocupante" pela IUCN. Apresenta distribuição geográfica ampla, e é relativamente abundante nos locais em que ocorre, apesar de já terem ocorrido extinções locais. Não parece haver grandes ameaças para o tamanduá-mirim, apesar de que a caça para alimento ou venda como animal de estimação, predação porcães representam perigo à sobrevivência das populações dessa espécie. No Uruguai, as populações tendem a diminuir principalmente por conta da substituição de áreas naturais por plantações de Eucalyptus.
"Tamanduá-mirim" é um termo tupi que significa "tamanduá pequeno"4 . "Colete" e "jaleco" são referências ao desenho de sua pelagem.
Ilustração de 1887 por C. Wendt.
O tamanduá-mirim é da família Myrmecophagidae e do gênero Tamandua.1 Foi descrita por Carl Linnaeus, em 1758.1 O nome científico é uma composição entre uma palavra de origem tupi,Tamandua, que significa "comedor de formigas" e outra grega, tetradactyla, que significa "quatro dedos".5 Foram reconhecidas quatro subespécies: T. t. nigra (ocorre desde o leste daColômbia, até o centro-leste e norte da bacia Amazônica no Brasil, ocorrendo na Venezuela e nas Guianas), T. t. quichua (ocorre no alto Amazonas, no leste do Equador, Peru e área adjacente do Brasil); T. t. straminae (ocorre no sul da bacia Amazônica no Brasil, até os limites sul e sudoeste na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai) e T. t. tetradactyla (ocorre na Mata Atlântica brasileira, desde o estado do Rio Grande do Norte até o sul do Rio Grande do Sul).6
O registro fóssil dos tamanduás é esparso.8 O gênero fóssil, Protamandua é grupo-irmão de uma táxon incluindo o gênero Tamandua e Myrmecophaga, e outro gênero fóssil,Neotamandua.9 Isso sugere que o gênero Protamandua foi o ancestral dos dois gêneros atuais de tamanduás e do gênero fóssil Neotamandua.9 Protamandua era uma espécie maior que o atual tamanduaí, mas menor que as espécies do gênero Tamandua.8 Essa espécie também não possuía patas especializadas em hábitos arborícolas e nem terrestres, mas possuía uma cauda preênsil.8 Apesar disso, provavelmente Protamandua era arborícola, característica que talvez fosse a ancestral para todos os Vermilingua.9
O cladograma abaixo mostra a posição do gênero Tamandua, tal como das espécies fósseis relacionadas.9
Distribuição das
subespécies do tamanduá-mirim:
T.t. nigra (verde),
T. t. quichua (amarelo),
T. t. straminea(vermelho) e
T. t. tetradactyla (azul).
É muito adaptável e ocorre em vários ambientes, desde
florestas, até
campos e
savanas. Comparado ao
tamanduá-bandeira, o tamanduá-mirim prefere habitar as bordas de floresta e são mais avistados em áreas de floresta.
12 Provavelmente, o seu tamanho menor faz com que prefira ambientes de floresta, em que corre menos risco de
predação.
12 Também é comum em áreas de floresta ao longo de rios (
mata ciliar), onde provavelmente encontram mais alimento. É mais comum em áreas florestadas do Chaco úmido, do que no Chaco seco.
11 No
cerrado, é encontrado também em florestas de
palmeiras dominadas por
Orbignia martiniana, e são mais comuns no
cerradão e
campos sujos.
13 11
O tamanduá-mirim tem 105 cm de comprimento, sendo que as fêmeas (cerca de 94,5 cm) são em média, um pouco menores que os machos (95,9 cm).
11 Os machos também são um pouco mais pesados que as fêmeas, pesando até 5,74 kg, e as fêmeas, 4,63 kg.
11 O
crânio é alongado, com até 16 cm de comprimento, mas é proporcionalmente menor, se comparado com o
tamanduá-bandeira.
11 Ao contrário do tamanduá-bandeira, possui uma
cauda preênsil, e com pelos curtos, e as orelhas são relativamente maiores também.
14 A orelha pode medir até 54 mm de comprimento, o que serve para diferir de outra espécie muito semelhante,
Tamandua mexicana.
5 Apesar disso, possuem uma
audição precária, assim como a visão, contrastando com um
olfato bastante desenvolvido.
11
A coloração da pelagem é muito característica, com os membros de cor amarela à marrom claro, com dorso e ventre pretos e uma faixa, também preta, nos ombros.
14 Esse padrão de pelagem faz parecer que o tamanduá-mirim veste um "colete" preto. Essa coloração ela pode variar, existindo indivíduos totalmente amarelos, marrons ou pretos.
6 A coloração com "colete" tende a ser mais comum nos limites sul da distribuição geográfica da espécie.
15Assim como o
tamanduá-bandeira, os machos possuem os
testículos dentro da
cavidade pélvica, e as fêmeas possuem um
úterosimples.
5 A região ano-genital é muito semelhante nos dois sexos, o que atrapalha na identificação, já que além disso, não possuem
dimorfismo sexual.
5 As
costelas são expandidas anteroposteriormente, o que deve estar relacionado a seus hábitos arborícolas.
16 A temperatura corporal é baixa para um
mamífero (cerca de 29,9°C), mas o tamanduá-mirim não é tão afetado por variações de temperatura no ambiente como o
tamanduá-bandeira.
17 Provavelmente, essa baixa temperatura corporal é uma adaptação a uma dieta com baixo valor energético.
17
Possui longas
garras nas patas anteriores, sendo terceiro dedo a maior, e no primeiro é a menor.
11 15 Os membros posteriores possuem 5 dedos (quatro de mesmo tamanho, e um menor), com garras moderadamente longas e curvadas, permitindo agarrar, o que se relaciona a seus hábitos essencialmente
arborícolas.
11 5 A parte superior da pata anterior é protegida por um coxim de pele nua e grossa, permitindo que o animal possa apoiar o peso do corpo sobre os
pulsos quando se locomove no chão.
5 Sua locomoção no chão é relativamente desajeitada, e ao contrário do
tamanduá-bandeira, não são capazes de correr quando no chão.
15
São animais solitários, diurnos, apresentando comportamentos noturnos quando é áreas perturbadas pelo homem.
11 São ativos por oito horas ao dia, geralmente.
15 Costumam se abrigar dentro de buracos em tronco de árvores, mas podem fazer isso em tocas de
Euphractus sexcinctus.
15 19
Podem emitir grunhidos enquanto se alimenta, mas os sonhos relacionados ao tamanduá-mirim geralmente são devido à sua locomoção nos galhos de árvores, que podem ser confundidos até mesmo com o
macaco-prego.
11
Foi reportado territórios de até 350
hectares.
15 Essa valor varia, sendo que foi observado, no
Brasil, áreas de 100 hectares em que viviam sete tamanduás.
19 Foi estimada uma densidade de 0,34 animais por km², no
Pantanal, sendo que em áreas de floresta (0,2/km²), a densidade é sensivelmente maior do que comparada á áreas (0,1/km²) descampadas.
12
Dão à luz a um filhote por vez, após uma
gestação de 130 a 150 dias.
15 Pode ocorrer de dar à luz a gêmeos.
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